segunda-feira, 24 de outubro de 2011

AQUELE PAPO OLHO NO OLHO...




Aquele papo, olho no olho…

Nesta semana, eu ouvi de uma amiga o seguinte: "Essa geração que está aí não conversa. Ficam só teclando. Não dialogam. Não conversam como nós, olho no olho!".
Então, eu perguntei: "Você está se ouvindo? Você realmente acredita no que está dizendo?
Há quanto tempo você não tem essa conversa olho no olho com seu marido? Há quanto tempo não se sentam para falar de sonhos, projetos, vida, dúvidas, vitórias, derrotas, ser? Há quanto tempo estão sob o mesmo teto, no meio ambiente, se escondendo um do outro? Há quanto tempo só falam de coisas práticas — e deixam de lado a essência o que conta?".
O que vivemos na realidade é um fugindo do outro quando está na hora de aparar arestas, discutir a relação, os problemas da relação. Parece aquela situação em que o chefe sabe que o funcionário vai pedir aumento e, cada vez que este se aproxima, ele se esquiva.
Então, como estão seus relacionamentos?
Penso mesmo que, antes de falar de uma geração, falar do outro, deveríamos olhar para dentro das nossas relações. Para nós. Para nossas escolhas e, melhor, para o que estamos fazendo com nossa vida.
Por vezes, estamos cheios de ilusão pensando que, sim, NÓS TEMOS A FORÇA, e, ao contrário, não temos nada.
Fica então o convite a reflexão.
Antes de olhar para fora, para o que os outros estão ou não fazendo, que tal olhar para dentro e tentar compreender a quantas anda as nossas relações? Será que estamos dando o tempo certo para aqueles que amamos?
Será que temos realmente intimidade com aqueles que estão a nosso lado? Ou vivemos de aparência, e, pior, além de não teclar, não dialogamos... O que será que estamos fazendo quando dizemos "prefiro uma conversa olho no olho"?
Será mesmo que estamos prontos para essa tal conversa?
Adotamos esse estilo? Nos damos esse tempo para admirar o outro, falar com sinceridade, falar e ouvir com o coração, amar? Construímos isso nas nossas relações ou, como o chefe, nos esquivamos cada vez que o outro se aproxima?
Estamos livres para falar o que pensamos e ouvir o que precisamos? Estamos livres para uma conversa de afeto, amor, amizade, cheia de intimidade e cumplicidade? Somos afinal amigos e amantes, enamorados? Como nos relacionamos?
Será então que teclar é tão condenável enquanto forma de expressão?
Pensem a respeito, conversem, dialoguem, troquem e, depois, deixem aqui seu depoimento de como tem sido essa sua forma preferida de conhecerem a si mesmos e, a partir daí, o outro.
Entendo que o diálogo deva ser a base de qualquer relação saudável. A forma, que bom, se pudéssemos adotar o olho no olho. Mas, nem sempre, conseguimos tudo o que queremos e, então a tecnologia cumpre sua parte. Vale somente uma ressalva, nem tudo podemos discutir no msn, sms, email, etc... Em alguns casos, o contato visual é ainda mais forte e necessário...
Pensem a respeito, quais têm sido suas escolhas?
Boa semana!
Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você — Histórias e Relacionamentos Codependentes, Você Está Disponível? Um Caminho para o Amor Pleno e Coisas do Amor.

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