quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ALZHEIMER:


Definição

A demência é a perda da função cerebral que ocorre com determinadas doenças. O Alzheimer é uma forma de demência que piora gradativamente com o tempo. Ela afeta a memória, o raciocínio e o comportamento.



Foto: ADAM


O tecido nervoso envelhecido é menos apto a se comunicar mais rapidamente com outros tecidos neurais

A deterioração da memória, bem como problemas de linguagem, a capacidade de tomar decisões, fazer julgamentos e a personalidade são características necessárias para o diagnóstico.
Nomes alternativos

Demência senil - Alzheimer; Mal de Alzheimer
Causas, incidência e fatores de risco

A idade e o histórico familiar são fatores de risco para o Alzheimer:
Conforme você envelhece, o risco de desenvolver a doença aumenta. Contudo, desenvolvê-la não é parte normal do envelhecimento
Ter um parente cosanguíneo como um irmão, uma irmã ou um dos pais que tenham desenvolvido Alzheimer aumenta seu risco
Ter certas combinações genéticas de proteínas que parecem ser anormais no Alzheimer também aumenta o risco

Outros fatores de risco que não ainda não foram comprovados incluem:
Hipertensão arterial de longa duração
Histórico de traumatismo craniano
Sexo feminino

Existem dois tipos de doença de Alzheimer – a de início precoce e a de início tardio.
No Alzheimer de início precoce, os sintomas aparecerem pela primeira vez antes dos 60 anos e ele é menos comum que o de início tardio. Porém, tende a progredir rapidamente. A doença precoce pode ser hereditária. Já foram identificados vários genes relacionados a ela
O Alzheimer de início tardio, a forma mais comum da doença, se manifesta em pessoas com 60 anos ou mais. Ele pode estar presente em algumas famílias, mas o papel genético não é tão claro

A causa do Alzheimer não é completamente conhecida, mas considera-se que engloba fatores genéticos e ambientais. O diagnóstico do Alzheimer é feito verificando a presença de certos sintomas e descartando outras causas de demência. A única forma de saber com certeza se alguém Alzheimer é examinando uma mostra do tecido do cérebro depois da morte.

As seguintes alterações são mais comuns no tecido cerebral de pessoas com Alzheimer:
"Emaranhados neurofibrilares" (fragmentos torcidos de proteína dentro das células nervosas que causam uma obstrução)
"Placas neuríticas" (grupos anormais de células nervosas mortas ou morrendo, outras células cerebrais e proteína)
"Placas senis" (áreas onde os produtos das células nervosas que estão morrendo se acumulam ao redor da proteína).

Quando as células nervosas (neurônios) são destruídas, há uma diminuição das substâncias químicas que ajudam as células nervosas a enviar mensagens entre si (chamados de neurotransmissores). Como resultado, as áreas do cérebro que normalmente funcionam juntas ficam desconectadas. O acúmulo de alumínio, chumbo, mercúrio e outras substâncias no cérebro já não é considerado uma causa do Alzheimer.
Sintomas

Entre os sintomas da demência estão dificuldade em muitas áreas da função mental, como:
Linguagem
Memória
Percepção
Comportamento emocional ou personalidade
Capacidades cognitivas (como cálculo, pensamento abstrato ou capacidade de julgamento)

Geralmente, a demência começa com esquecimento.

O comprometimento cognitivo leve é o estágio entre o esquecimento normal devido ao envelhecimento e o desenvolvimento do Alzheimer. As pessoas com comprometimento cognitivo leve têm problemas leves com o raciocínio e a memória que não interferem nas atividades diárias. Muitas vezes, elas estão cientes do esquecimento. Nem todas as pessoas com comprometimento cognitivo leve desenvolvem Alzheimer.

Os sintomas de comprometimento cognitivo leve incluem:
Esquecer eventos ou conversas recentes
Dificuldade para realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo
Dificuldade para resolver problemas
Levar mais tempo para realizar atividades mais complexas

Os primeiros sintomas de Alzheimer podem incluir:
Problemas de linguagem, como dificuldade para encontrar o nome familiar dos objetos
Perder coisas
Perder-se em caminhos familiares
Alterações de personalidade e perda das habilidades sociais
Perda de interesse em coisas de que gostava antes, falta de ânimo
Dificuldade de realizar tarefas que exigem algum raciocínio, mas que antes eram feitas com facilidade, como conferir os gastos no talão de cheques, jogar (buraco ou outros jogos) e aprender novas informações ou rotinas

À medida que o Alzheimer avança, os sintomas se tornam mais óbvios e interferem com a capacidade da pessoa de cuidar de si.

Os sintomas podem incluir:
Esquecer detalhes de eventos recentes
Esquecer eventos da própria história de vida, perder consciência de quem você é
Alterações nos padrões de sono, acordando durante a noite frequentemente
Maior dificuldade de ler ou escrever
Capacidade de discernimento diminuída e perda da capacidade de reconhecer o perigo
Usar palavras erradas ou não pronunciar as palavras corretamente, falar em frases confusas
Evitar contato social
Ter alucinações, discussões, gestos e comportamentos violentos
Ter delírios, depressão ou agitação
Dificuldade de realizar tarefas básicas, como cozinhar, se vestir adequadamente ou dirigir

As pessoas com Alzheimer severo não conseguem:
Compreender a linguagem
Reconhecer familiares
Realizar atividade básicas e cotidianas, como comer, se vestir e tomar banho

Outros sintomas que podem ocorrer com o Alzheimer:
Incontinência
Problemas de deglutição
Exames e testes

Muitas vezes, o Alzheimer pode ser diagnosticado com base no histórico e exame físico por um médico ou enfermeiro habilidosos. O médico fará a anamnese, o exame físico (incluindo um exame neurológico) e realizará um exame do estado mental. Podem ser solicitados exames para determinar se outros problemas médicos estão causando ou piorando a demência.

Essas doenças incluem:
Doença da tireoide
Deficiência vitamínica
Tumor cerebral
AVC
Intoxicação de medicamentos
Infecção crônica
Anemia
Depressão severa

Uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética do cérebro pode ser realizada para procurar outras causas de demência, como um tumor cerebral ou AVC.
Nos estágios iniciais da demência, os exames de imagem do cérebro podem ser normais. Nos estágios posteriores, a ressonância magnética pode mostrar uma diminuição de diferentes áreas do cérebro
Embora os exames de imagem não confirmem o diagnóstico de mal de Alzheimer, eles excluem outras causas da demência (como AVC ou tumor)
Tratamento

Infelizmente, não existe cura para a doença de Alzheimer.

Os objetivos no tratamento são:
Diminuir a velocidade de progressão da doença (embora isso seja difícil)
Gerenciar os problemas de comportamento, confusão, distúrbios do sono e agitação
Modificar o ambiente doméstico
Apoiar os membros da família e outros cuidadores

TRATAMENTO COM DROGAS

A maioria das drogas usadas para tratar o Alzheimer destinados a diminuir a velocidade com que os sintomas avançam. Geralmente, o benefício trazido por essas drogas é pequeno e os pacientes e suas famílias podem não perceber muita diferença.

Os pacientes e cuidadores devem fazer aos médicos as seguintes perguntas sobre o uso ou não dessas drogas e em que momento:
Quais são os possíveis efeitos colaterais do medicamento e eles compensam os riscos, dado que haverá somente uma pequena mudança no comportamento ou na função?
Qual é o melhor momento, se houver algum, para usar essas drogas no curso do Alzheimer?

Existem dois tipos de medicamentos disponíveis:
Donepezil, rivastigmina e galantamina afetam o nível de uma substância química no cérebrochamado de acetilcolina. Os efeitos colaterais incluem indigestão, diarreia, perda de apetite, náusea, vômitos, cãibras musculares e fadiga
A memantina é outro tipo de droga aprovada para o tratamento. Os possíveis efeitos colaterais incluem agitação ou ansiedade

Outros medicamentos podem ser necessários para controlar comportamentos agressivos, agitados ou perigosos. Eles geralmente são usados em doses muito baixas. Pode ser necessário suspender todos os medicamentos que piorem a confusão. Esses medicamentos podem ser analgésicos, cimetidina, depressivos do sistema nervoso central, anti-histamínicos, calmantes e outros. Nunca mude ou suspenda nenhum medicamento sem consultar seu médico primeiro.

SUPLEMENTOS

Muitas pessoas tomam ácido fólico (vitamina B9), vitamina B12 e vitamina E. Porém, não há evidências contundentes de que tomar essas vitaminas previna o mal de Alzheimer ou diminua a progressão da doença uma vez instalada.

Algumas pessoas acreditam que a erva ginkgo biloba previne ou diminui o desenvolvimento da demência. Contudo, estudos de alta qualidade falharam em demonstrar que essa erva diminui a probabilidade de desenvolver demência. Não use ginkgo se estiver tomando medicamentos anticoagulantes como a varfarina ou um tipo de antidepressivos chamados de inibidores da monoamina oxidase (IMAO).

Se estiver consideram algum medicamento ou suplemento, você deve consultar seu médico primeiro. Lembre-se que as ervas e os suplementos de venda livre disponíveis não são regulamentados pelo governo.
Evolução (prognóstico)

A velocidade com que o Alzheimer avança varia para cada pessoa. Se o Alzheimer se desenvolve rapidamente, é mais provável que piore rapidamente. Os pacientes com a doença frequentemente morrem antes do normal, embora um paciente possa viver de 3 a 20 anos depois do diagnóstico.

A fase final da doença pode durar de alguns meses a vários anos. Durante esse tempo, o paciente se torna imóvel e totalmente inválido. A morte geralmente ocorre por uma infecção ou insuficiência de algum sistema do corpo.
Complicações
Perda da capacidade funcional ou de cuidar de si mesmo
Escaras, contraturas musculares (perda da capacidade de mover as articulações devido à perda da função muscular), infecção (principalmente infecções do trato urinário e pneumonia) e outras complicações relacionas com a imobilidade durante os estágios finais do mal de Alzheimer
Quedas e fraturas ósseas
Perda da capacidade de interagir
Desnutrição e desidratação
Insuficiência dos sistemas do organismo
Comportamento nocivo ou violento em relação a si mesmo ou aos outros
Abuso por parte de um cuidador sobrecarregado
Ligando para o médico

Consulte seu médico se alguém próximo apresentar sintomas de demência senil do tipo Alzheimer.

Entre em contato com seu médico se uma pessoa com essa doença tiver uma alteração repentina no estado mental. Uma mudança repentina pode indicar outra doença.

Converse sobre a situação com um médico se você for o cuidador de uma pessoa com essa doença e a doença piorar a ponto de você já não poder cuidar da pessoa em casa.
Prevenção

Embora não exista uma forma de prevenir o mal de Alzheimer, existem algumas práticas que podem ser úteis se incorporadas à sua rotina diária, principalmente se você tiver um histórico da doença. Converse com seu médico sobre qualquer uma dessas abordagens, principalmente aquelas que envolvem tomar um medicamento ou suplemento.
Tenha uma dieta baixa em gordura
Coma peixes de água fria (como atum, salmão e cavala), ricos em ácidos graxos ômega-3, pelo menos 2 ou 3 vezes por semana
Reduza a ingestão de ácido linoleico encontrado na margarina, na manteiga e em outros laticínios
Aumente os antioxidantes como carotenoides, vitamina E e vitamina C comendo muitas verduras e frutas de cores escuras
Mantenha uma pressão arterial normal
Permaneça ativo mentalmente e socialmente durante toda a sua vida
Considere com seu médico tomar anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno, sulindaco ou indometacina. As estatinas, um tipo de medicamento usado normalmente para o colesterol alto, pode ajudar a diminuir o risco de desenvolver Alzheimer. Converse com seu médico sobre as vantagens e desvantagens de usar esses medicamentos para prevenção

Além disso, os primeiros testes de uma vacina contra o Alzheimer estão em andamento.
Referências

Aisen PS, Schneider LS, Sano M, Diaz-Arrastia R, van Dyck CH, et al. High-dose B vitamin supplementation and cognitive decline in Alzheimer's disease: a randomized controlled trial.JAMA. 2008;300:1774-1783.

DeKosky ST, Williamson JD, Fitzpatrick AL, Kronmal RA, Ives DG, Saxton JA, et al. Ginkgo biloba for prevention of dementia: a randomized controlled trial. JAMA. 2008;300:2253-2262.

Burns A, Iliffe S. Alzheimer's disease. BMJ. 2009;338:b158.doi:10.1136.bmj.b158.

Farlow MR, Cummings JL. Effective pharmacologic management of Alzheimer's disease. Am J Med. 2007;120:388-397.

Atualizado em 4/10/2010, por: Daniel Kantor, MD, Medical Director of Neurologique, Ponte Vedra, FL and President of the Florida Society of Neurology (FSN). Review provided by VeriMed Healthcare Network. Also reviewed by David Zieve, MD, MHA, Medical Director, A.D.A.M., Inc.

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